quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mudança


Mudar de lugar, mudar de ambiente, mudar de convivência. Isso me assusta. Assusta ao ponto de eu não querer mais mudanças na minha vida. Eu sou do tipo de pessoa que detesta mudanças, detesta quando as coisas saem do lugar, quando as pessoas mudam, quando as coisas mudam. É triste ter pessoas do lado e de repente não tê-las mais diariamente, não ter conversas tão boas em um dia qualquer, sem visitas marcadas.
Mudança é o que vai me acontecer agora. Mudar de lugar, mudar de vida. Morar em um lugar novo, longe das pessoas que eu tanto amo, não ver as pessoas lindas que formam a minha família pelo menos todas as noites. OK, eu vou estar com eles todos os finais de semana, ou até mais, quem sabe. Mas não é a distância física. É a distância emocional. Só o fato de eu saber que não não vai mais existir aquele "boa noite" todos os dias, que eu nao vou mais sentir o abraço diário da criança de apenas cinco anos de idade mas que mudou a minha vida, até as brigas quase diárias que parecem até serem marcadas vai me fazer falta. As conversas na madrugada da irmã que parece que faz questão de acordar quando chega da faculdade e que rendem até cairmos no sono sem nem conseguir-mos dizer que não podemos mais conversar pois estamos cansadas devido ao prazer que sentimos dessa aproximação, desse afeto. Saber que eu vou perder as partes mais importantes do crescimento do caçula... A primeira palavra, o primeiro passo. Eu posso ver até o segundo, ou terceiro, mas não será o primeiro..
Saudade... Essa palavra que chega a dar arrepios ao ser falada, essa palavra que faz os olhos se encherem de lágrimas só ao serem pronunciadas. Como pode uma única palavra ter o poder de fazer tantas pessoas chorarem, de fazer tantas pessoas sofrerem?
Pode até parecer exagerado, e é. Mas o que sinto é isso. O saber que as conversas ao telefone serão mais longas do que as conversas pessoalmente, e me mata saber disso. Me mata o fato de estar tão longe, mesmo que nem seja tão longe assim. Ver meus amores poucas vezes durante a semana toda...
O que me consola é saber o quão isso vai me fazer bem, saber o quanto essas pessoas me fazem bem, saber que podíamos estar em países diferentes que o apoio, o ombro pra chorar e o carinho seriam os mesmos. A família, esse laço que nos une de forma tão maravilhosa, esse laço que me faz ser feliz apesar de qualquer coisa. Esse laço que me faz ser quem eu sou hoje.

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