domingo, 19 de setembro de 2010

"Morta"


Eu tenho pensado que eu nao tenho postado mais aqui, e aí me vem a pergunta: porque? Eu chego a conclusão que eu não tenho "nada" pra dizer, não tenho nada pra falar, não tenho nada a expressar. É como se tudo estivesse morto, não sinto nada, não sinto raiva, não sinto alegria, nada. Os dias simplesmente acabam, as pessoas simplesmente passam, os momentos se vão e eu no mesmo lugar, como se estivesse em piloto automático. Essa falta de sentimentos, de qualquer espécie chega a me incomodar. Nunca passei tanto tempo sem sentir nada, absolutamente nada. Eu apenas vivo bem, eu apenas vivo. Mas vivo como se estivesse morta, porque as pessoas precisam expressar sentimentos pra viver, e eu nao posso senti-los agora, quem dera expressá-los.
Enfim, mais nada a dizer, mais nada a sentir, mas nada a expressar. Apenas a morte a minha morte sentimental.

sábado, 4 de setembro de 2010

Pensamentos Jogados Ao Vento


Os dias têm passado tão rápido e ao mesmo tempo tão lentamente. A presença, a ausência. O saber e o não saber tão constantes e por isso inconstante. A dúvida. A incapacidade de saber o que fazer, de saber o que dizer e de saber como se portar. Como pode-se estar tão longe mesmo estando perto? Essa distância simbólica que se transforma em insegurança e medo, em dúvida, em incertezas. Esse turbilhão de sentimentos que vêem à tona de uma forma tão assustadora e mágica, a certeza de que nada nunca saiu do lugar. Mas ao mesmo tempo a idéia de que tudo aconteceu como deveria acontecer e talvez não devesse mais se modificar. A vontade. O desejo de que tudo seja como tem que ser independente de qualquer coisa, de qualquer pessoa, de qualquer lugar. A necessidade de compreender. A vontade de que tudo seja como o “planejado”, acompanhado ao medo do momento em que tudo vai sair do pensamento, do ideológico, da imaturidade das idéias. Esse medo que me consome até a espinha, que invade meus pensamentos nos momentos mais indiscretos. Tudo isso se transforma agora em uma necessidade abrasiva de respostas, uma necessidade de resolução. Meu desejo era de que tudo se tornasse como deveria ser, de que as coisas mudassem, de que pudéssemos estar como nos prometemos estar um dia. E eu sei que esse desejo é mútuo assim como as incertezas, o medo de arriscar, o medo do mundo. O fato é que agora eu preciso de respostas. Parte do meu medo que tinha sumido há alguns dias atrás voltou ao meu interior, agora mais recheado por insegurança por saber que nesse momento estou mais vulnerável que há um mês. Meu medo não é do que acontecerá, é da falta de acontecimentos.
Enfim, jogo meus pensamentos aos ventos porque eu sei que eles podem guardá-los e levá-los longe. Talvez eles me tragam as respostas.

No escuro do meu quarto, ...


... é noite, faz frio, chove lá fora. O turbilhão de movimentos que se faz do lado de fora da janela. As pessoas passando. Os carros. O trânsito. Música. Buzinas de carros. Pessoas trabalhando. Mães pondo os filhos para dormir. Pais assistindo ao noticiário. Pessoas que tem pressa em voltar pra casa. Violência. Assassinato. Gente que faz o bem. Gente que faz o mal. Expectativas. O mundo funcionando como tem que funcionar. E tudo o que me vem à cabeça são pensamentos que não deveriam estar aqui. A solidão. O vazio. A mudança. O diferente. Olho o celular e tudo o que vejo são os minutos passando. A calmaria. Vou até a janela para constatar que existem pessoas lá fora. Fecho a porta do quarto. Preciso ficar sozinha. Surpreendo-me ao lembrar que estou sozinha. Não há necessidade de fechar a porta do quarto. Tudo o que era necessário já foi feito. Tudo está trancado. Não há mais ninguém aqui. Essa solidão não tira meus pensamentos do lugar. Preciso jogá-los fora. A falsa ilusão de que a solidão os tiraria da minha mente. Engano. Tudo mentira. Eles ainda estão aqui. Assombrando-me. Fazendo-me tremer e sentir calafrios. O frio na barriga que vai vindo lentamente. A respiração acelerada. Os pensamentos. Tento me desfazer deles. E tudo o que posso fazer é deitar novamente na cama e me entregar à esses pensamentos ao escuro.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Noite de uma quinta-feira qualquer


Eu não sabia que era tão bom se reunir com as irmãs em uma noite qualquer só pra conversar besteiras e dar risadas até não aguentar mais. Minhas irmãs, minhas melhores amigas. Aquelas com as quais eu sei que eu posso contar infinitamente em cada momento da minha vida. Aquelas com as quais eu tenho o prazer de dividir meus mais profundos momentos. Aquelas com as quais eu sei que eu vou viver eternamente, independente de lugar, independente de rumo.
Lugar, rumo. O fato é que agora, mais do que nunca, cada uma está tomando para si um rumo diferente da vida. Cada uma está escolhendo para si uma coisa nova, uma coisa diferente. O fato é que logo logo estaremos cada qual com a sua vida, cada qual com as suas diferenças.
Diferente do que éramos antigamente, diferente do que somos hoje, o que sobrou do antigo. Então vem a saudade. A saudade de um tempo que não volta mais, mas que também não nos traz arrependimentos. Um tempo bom, um tempo feliz, mas também de batalhas árduas e de sofrimentos, que só elas podem entender. E elas sabem do que eu estou falando.
Cada uma de nós vai fazer uma coisa da vida agora, mudando aquela idéia infantil de que faríamos tudo junto, de que não iríamos nos separar jamais. O sonho de criança de que se um dia, quando estivéssemos casadas, teríamos casas uma do lado da outra. Para que pudéssemos estar sempre juntas. Hoje sabemos que isso é só um sonho, e que possivelmente será difícil de ser realizado. Mas sabemos que o que o espaço físico não une, o coração une. Sim, nós estaremos todas juntas. Independente de qualquer coisa que venha a nos acontecer.
Mas voltando ao tema do post, uma quinta-feira qualquer que me fez lembrar de como é bom cultivar a amizade pré-estabelecida pela maternidade. De como é bom compartilhar momentos com essas duas pessoas maravilhosas que Deus colocou na minha vida como irmãs. Como é bom saber que eu sou tão amada por elas e que eu as amo tanto. Tantas risadas, tantas fofocas, tanta futura saudade. Saudade antecipada é o que sinto, por uma "separação" que possivelmente irá acontecer daqui a alguns anos, o que é bastante tempo, mas que é relativamente quase nada uma vez que eu penso que já se foram 18 anos de convivência, mas que se passaram como se fossem 18 dias.
Ah, como é bom viver com essas pessoas, como é bom rir com essas pessoas, como é bom saber que eu as tenho na minha vida, como é bom saber que existe tanto amor, amor tamanho que nem precisa ser divulgado e dito todos os dias, mas que é sempre bom ser lembrado. Por isso eu digo e repito mais uma vez, eu as amo!

Mudança


Mudar de lugar, mudar de ambiente, mudar de convivência. Isso me assusta. Assusta ao ponto de eu não querer mais mudanças na minha vida. Eu sou do tipo de pessoa que detesta mudanças, detesta quando as coisas saem do lugar, quando as pessoas mudam, quando as coisas mudam. É triste ter pessoas do lado e de repente não tê-las mais diariamente, não ter conversas tão boas em um dia qualquer, sem visitas marcadas.
Mudança é o que vai me acontecer agora. Mudar de lugar, mudar de vida. Morar em um lugar novo, longe das pessoas que eu tanto amo, não ver as pessoas lindas que formam a minha família pelo menos todas as noites. OK, eu vou estar com eles todos os finais de semana, ou até mais, quem sabe. Mas não é a distância física. É a distância emocional. Só o fato de eu saber que não não vai mais existir aquele "boa noite" todos os dias, que eu nao vou mais sentir o abraço diário da criança de apenas cinco anos de idade mas que mudou a minha vida, até as brigas quase diárias que parecem até serem marcadas vai me fazer falta. As conversas na madrugada da irmã que parece que faz questão de acordar quando chega da faculdade e que rendem até cairmos no sono sem nem conseguir-mos dizer que não podemos mais conversar pois estamos cansadas devido ao prazer que sentimos dessa aproximação, desse afeto. Saber que eu vou perder as partes mais importantes do crescimento do caçula... A primeira palavra, o primeiro passo. Eu posso ver até o segundo, ou terceiro, mas não será o primeiro..
Saudade... Essa palavra que chega a dar arrepios ao ser falada, essa palavra que faz os olhos se encherem de lágrimas só ao serem pronunciadas. Como pode uma única palavra ter o poder de fazer tantas pessoas chorarem, de fazer tantas pessoas sofrerem?
Pode até parecer exagerado, e é. Mas o que sinto é isso. O saber que as conversas ao telefone serão mais longas do que as conversas pessoalmente, e me mata saber disso. Me mata o fato de estar tão longe, mesmo que nem seja tão longe assim. Ver meus amores poucas vezes durante a semana toda...
O que me consola é saber o quão isso vai me fazer bem, saber o quanto essas pessoas me fazem bem, saber que podíamos estar em países diferentes que o apoio, o ombro pra chorar e o carinho seriam os mesmos. A família, esse laço que nos une de forma tão maravilhosa, esse laço que me faz ser feliz apesar de qualquer coisa. Esse laço que me faz ser quem eu sou hoje.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Paz


Paz. Essa palavra tão curta, mas que tras um significado gigantesco por tras. É um sentimento quase inesplicável. Uma sensação de felicidade misturada com alívio e com tranquilidade. Esse sentimento maravilhoso que me faltava e que agora eu carrego comigo. Pode ser que não dure por muito tempo, assim como todo sentimento que faz parte desse turbilhão e emoções que é o ser humano, inconstante, impaciente, mutável. Mas não importa. O importante é o agora. E o agora vem cheio dessa coisa que não sabemos explicar mas que se chama PAZ. A calma que me envolve, a resolução dos meus problemas mais cruéis. A felicidade por me sentir eu de novo, sem me preocupar com aquilo que não interessa, sem me preocupar com o outro, com o que não vale a pena. A preocupação comigo mesma, com o meu eu, com o meu bem estar, com as minhas sensações. A coragem pra enfrentar meus problemas e meus pesadelos mais profundos. Isso tudo me trouxe a paz.
Como me disse uma pessoa tão importante pra mim, temos três possibilidades de decisões diante de uma cituação de risco ou de perigo: 1) Recuamos e caimos em um "abismo", 2) Vamos à "luta" e enfrentamos tudo com todas as nossas garras ou 3)Esperamos. Simplesmente esperamos e vemos onde aquela onda de insegurança nos levará. Esperar. Uma palavra que talves traga ajuda, nos faça pensar, mas que também destrói. Uma palavra que nos mata por dentro com a mesma intensidade que uma apunhalada literal.
Decido-me na maioria esperar, o que remete sofrer. Mas esperar é a única coisa que me resta, ao não saber mais o que fazer. E decido agora seguir, enfrentar, lutar. Sim, lutar pelos meus ideais, pelas minhas vontades, pelos meus desejos. Lutar para conseguir fazer alguma coisa por mim e para mim. Me fazer feliz. Me fazer ter paz. Para lutar, é necessário ter coragem, e é disso que eu tenho me enchido todos os dias. Para ter felicidade. Para ter PAZ.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Independência?


Eu acho muito interessante quando todos que estão ao seu redor dizem que você é independente? Independende de que? De quem? Só se for de você mesmo! Pra todo lugar que você vai, você tem que avisar, cada pessoa que você fala, tem que ser milimetricamente calculado! Cada vez que você respira.. Eu preciso contar isso também? Nem meus pensamentos.. MEUS pensamentos, eu posso pensá-los sozinha! Sim, eu fico revoltada. Revoltada com essa "falso-independência", com essa falta de compreensão! Com esse, "você tem que entender as pessoas, você tem que fazer isso pra não deixar fulano chateado!" Por acaso alguem pensou se EU vou ficar chateada? Por acaso alguém parou pra pensar o que EU penso, o que EU acho, o que EU sinto? Parece que não! Caramba, a vida é minha! MINHA! Eu acho que eu já sou grandinha o suficiente para pensar o que eu quero fazer dela, o que eu penso dela, como eu quero ser e o que fazer. Eu preciso da opinião das pessoas que estão próximas? Claro, todo mundo precisa. Mas me deixa pedir primeiro. Me deixa precisar pedir! Eu não quero ninguém agindo por mim. Eu não quero ter que fazer uma coisa ou agir de certa forma porque alguém acha que é melhor assim. "Pra o fulaninho não pensar isso". Eu tô cansada de agir me regulando ao outro. Eu quero agir me regulando a mim mesma! Sendo o que eu sou. PENSAR, pelo menos pensar, o que eu quero, do jeito que eu quero. Porque até nos meus pensa estão sendo interrompidos pela interferência alheia. Eu só preciso de um pouco de espaço, preciso de um pouco de independência, preciso poder viver. Viver como eu tenho que viver. Viver a MINHA vida. Eu tenho que fazer o que eu quero porque eu quero, e não porque alguém acha melhor. Minha vida não é a vida dele! As pessoas têm que entender isso! Se eu quiser afundar minha vida isso não significa que eu sou igual a ninguém, isso significa que eu sou eu mesmo! E que EU quis afundar minha vida! Me deixa cair, me deixa quebrar a cara, me deixa me afunda. Se for isso que eu quiser, o que é que você pode fazer? NADA! Eu preciso viver por mim mesma, e não pelos outros.
Foi só um desabafo.

Raíssa Santos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O que é?

Eu venho me indagando a cada dia acerca de assuntos do cotidiano, principalmente acerca de assuntos relacionados ao coração... O que seria o amor? O que seria a paixão?
Será que todas as pessoas são realmente iguais? Será que todas elas têm medo de ter sentimentos? De se entregar a algo ou alguém?
Bom, pra mim, sim. As pessoas têm medo. Medo de se perder nesse mar sem começo e sem fim que é o coração. Medo de fechar os olhos à beira de um precipício e simplesmente deixar a mão solta, esperando que, se um vento soprar mais forte, alguém estará ali para segurar, proteger.
A questão é: O medo faz parte do amor? Ou se existe medo não existe amor? O amor é, então, a capacidade de se entregar ao outro sem medo. A capacidade de fechar os olhos, de não olhar para trás. Simplesmente andar em linha reta guiado pelo outro.
Chego então à conclusão que eu tenho medo do amor. Medo de me deixar guiar. Medo de não enxergar. O medo de ver e de não ver ao mesmo tempo. E por esse medo, tenho medo de me abrir. “Abrir as portas para estranhos”. Sim, estranhos. Estranhos para o meu coração. Tão frágil e desesperado por conforto, não mais perturbações.
Mas, não seria o amor como a beira de um precipício? Como ter então um amor sem perturbações? Como não temer?
Fico então na mesma inconstância do querer ou não querer. Do que querer. Do querer amar ou não amar. Ao mesmo tempo em que eu só posso querer aquilo que eu conheço, existe a certeza de que nada conheço. Nem a mim mesma conheço.
O que é o amor?